sábado, 26 de dezembro de 2009

Quase tudo sobre o Mc dia feliz (parte I)

Por: Maria

Era sábado, de novo. Em todo o país, dia 30 de agosto era conhecido como o tal do ''Mc Dia Feliz''. Ou seja, em grandes cidades onde haviam também grandes lojas do McDonnald's, e vários shoppings, esse provavelmente foi um dia feliz. Mas aqui onde moramos, mais conhecido como ''fim de mundo'', há apenas um shopping, com um McDonnald's na praça de alimentação.
Vocês conseguem imaginar como foi o nosso sábado?
Se ainda não, vou tentar desenhar a situação. São, acho eu, 300.000 habitantes neste inferno. Nos fins de semana, acreditem ou não, quase metade dessas pessoas insistem em se apertar num shopping pequeno -mesmo- para fingir que são caridosos, e comprar montes de bigmac's pra ajudar crianças com câncer. Acho massa, particularmente. E a Brenda também.
Por isso, combinamos durante toda a semana, que iriamos almoçar lá. Iriam várias pessoas de vários colégios, também. Então seria um programa legal e, concluimos, o preço do sanduíche diminuiria (o que descobrimos que não aconteceu, e não teria por quê, afinal isso é pra fazer com que as pessoas comprem e façam doações, não que as pessoas comam mais e mais barato). Eu desisti de almoçar lá, por motívos óbvios (dinheiro), e a Bê, legal que só, resolveu almoçar comigo na minha casa.
Nesse meio tempo, a Bê ficou mais íntima da minha mãe - e do meu pai, por telefone-, e eles fizeram brincadeiras com a coitada.
Eu explico. O meu irmão é um gato, e se chama P. -na verdade, P é o seu apelido, mas é melhor que fique assim só no apelido - A Brenda, é meio caidinha por ele. Eu disse meio. todo mundo leu? Acabei soltando isso sem querer, pra a minha mãe, que ligou pro meu pai pra fazer graça. - Meus pais são bem assim, mas o assunto nao são eles, então, relevem a minha falta de educação, por não continuar falando disso.
Depois de muita risada e de um quase choro da Bê, fomos ao shopping. Já na porta, eu sabia: tinha gente demais lá dentro. Meu estômago estava roncando - e não era o único.
Ao entrar, encontramos o Anderson (sim, aquele Anderson) e hoje, incrivelmente, ele estava parecendo um Ovo. Tinha raspado a cabeça e estava com uma barba por fazer que me assustou. Fora, que ele parecia esquecer da presença da Brenda e ficava passando a mão -passando a MÃO, gente - em mim. Eu, que nem sou estressada, gritei ''Tire as mãos de mim!!'' , ele me olhou assustado e eu sorri. Mesmo com o ar de brincadeira, o Anderson entendeu que eu não estava nem um pouco feliz com aquilo.
Ah, sim.. o Pablo chegou também - antes de eu gritar com o Anderson- e nós decidimos comer o sanduiche. Eu lhes pergunto: O que leva uma pessoa a sair de casa PRA COMER UM SANDUICHE e não levar dinheiro suficiente para isso?
Foi o que o Pablo fez. É o que o Pablo sempre faz. Aquele...(insira aqui, xingamentos de sua preferencia ao Pablo)
Ficamos na fila do Mc por alguns minutos até nos darmos conta de que perdemos o Anderson de vista e que havia um enorme cartaz dizendo que o sanduiche - um mizero sanduiche - custava oito reais e cinquenta centavos. Somados, eu e a Brenda tinhamos 20 reais. Só que o Pablo - e sempre ele - queria ir ao cinema. Tira desses 20, 12 - que seriam os nossos ingressos. - sobrariam oito reais (sem cinquenta centavos, pra a gente comer). Deixamos a fila sorrateiramente e fomos à sorveteria Donna N00b (acredite, esse é o nome ficticio que eu consegui inventar pra ela rs), onde o nosso salgado preferido era Coxinha. E tinha de tudo lá, naquele dia. Menos a porcaria da coxinha. Quase chorei e o meu estomago, já chorava, naquele momento. Eu quis gritar, eu quis fugir. O Pablo só tinha o dinheiro do cinema. Então, eu disse ''Vamos, apenas comer? Eu nao ligo de nao ver filme! Juro!'' Ninguém concordou comigo. Havia uma lanchonete vazia - e eu sabia que existia um motivo pra isso, mas ignorei - onde vendia cachorro-quente. Um médio (que era ENORME) custava 3 reais. Beleza, dava pra comprar dois e se o Pablo tivesse um real, a gente comprava o dele também. Quem precisa de suco/refrigerante/água, quando se pode comer? Estava resolvido? Não, não estava. O Pablo não tinha um minimo real extra no bolso.
Mas, o meu, o seu, o nosso, Roberto-quebra-galho, estava no shopping, e vinha em nossa direção. A Brenda pediu ''Tem um dinheiro pra me emprestar?'' Ele tira do bolso não 1, mas 20 reais. E eu mandei ela recusar na hora, então ele emprestou os 3 reais do hot-dog do Pablo. Enquanto comprávamos, pedi ao Pablo que fizesse o favor de guardar uma mesa - a única que estava vaga- pra que a gente sentasse e comesse. Ele foi e voltou em dois minutos, deixando a mesa vazia. Eu olhei enfurecida e esbravejei:
-Velho! A mesa!
Ele me olhou sonsamente dizendo:
-Relaxa, tem duas. Daqui dá pra eu ver... se alguém aparecer, eu corro.
Não levaram dois minutos até ''alguém aparecer'' e sentar na NOSSA mesa. Eu quis matar o Pablo, enquanto pensava em como a fila do cachorro-quente estava demorando porque a menininha da frente não decidia o sabor de trident que querida.
Enfim, compramos.
O esperado hot-dog, nada mais era do que um pão -enorme- com uma salsisha - pequena, em relação ao pão, mas também enorme -, a gente teria que recheá-lo como quisessemos. A variedade de recheios era enorme - cenoura, milho verde, queijo ralado, mais molho e batata palha.
Olhei pro lado e a Brenda tinha sumido com o Roberto. Eu teria que rechear o dela e como nunca sei fazer essas coisas, coloquei tudo, menos ervilha. Quando eles voltaram, ela trazia na mão, muuuuuuuuuuuitas balinhas e chocolatinhos que eles conseguiram no playcenter do shopping. Eu precisei rir e entreguei a ela, alegremente o seu enorme -mesmo- cachorro-quente. Ela me olhou com uma cara estranha ao ver a montanha de comida que eu soquei(!) dentro do seu pão e gritou ''CENOURAAA EECA, VOCE COLOCOU CENOURA!''. Depois desse drama, comemos e bebemos água.
Só que ai começou o novo drama da noite....mas fica pra a próxima. Tenho que estudar :)
Segunda-feira eu posto a segunda parte. Beijos no s2 -n

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Tudo sobre o dia em que a Maria não estava (parte II)

...)
Alguns minutos depois, a Luna e a menina simpática (que eu esqueci o nome) foram cantar no Karaokê. Elas escolheram a música mais bizarra de propósito e começaram a cantar. Ou seria, gritar? Isso, elas começaram a cantar gritando. Ou gritar cantando. Tanto faz. Mas, elas dançavam! Como pode isso? As pessoas, curiosas corriam para ver, elas ficavam assistindo essas duas meninas cantarem, rirem e descerem até o chão. (Não estou exagerando... até o chãão). Ri demais. Quase tive uma crise de risos. Pablo e eu nos afastamos, já estava ficando com vergonha por elas. Mas elas estavam tão felizes, difícil de acreditar, eu sei. Filmamos, claro. Isso tinha que ser registrado. Fiquei me perguntando: como o Pablo podia ser amigo deles? Eles eram opostos. Completamente diferentes. Mas, continuemos... Depois disso, os simpáticos e estranhos amigos do Pablo ficaram agitados por algum motivo que eu também não lembro e evaporaram. Sério, eu olhei para o lado e quando virei... todos tinham sumido. Fiquei com medo, fato.
O Pablo e eu, passamos a noite toda conversando até eles resolverem voltar. Eles voltaram, menos agitados dessa vez. Mas com uma pessoa a mais. Quem seria aquele novo estranho que estava com eles, de camisa azul? Ele se aproximou da mesa, e falou comigo. - ATENÇÃO, É AQUI QUE MORA O PERIGO - comigo? mas.. mas.. ele nem me conhecia e eu não fazia idéia de quem ele podia ser. Podia ser um louco qualquer que me viu de longe, me achou bonita e veio atrás de mim. Mas eu não pensei assim... ao contrário, pensei 'Que menino estranho e educado'. Porque eu sempre tenho que ver o lado bom das pessoas? Pobrezinha de mim, mal imaginava o que vinha a seguir. -Vocês aí, sintam pena de mim desde já...- O Pablo começou a rir e falou 'Anderson, essa é a Brenda... embora, você não tenha se apresentado'. Ouvi risadinhas abafadas de todos os que estavam sentados na mesa. Anderson se sentou na mesa também. Ao meu lado. Ele podia ter sentado em qualquer lugar da mesa, ela estava vazia, porque logo ali? Depois disso, mais algumas coisas aconteceram. Não lembro delas, na verdade... não lembro de quase nada antes da chegada da Mari. Então... vamos pular pra essa parte. A Mari chegou, até que enfim. A essa altura, já estava entediada de tanto esperar por ela. Voltamos - por algum motivo desconhecido - a mesa minúscula do início. O Pablo sentou longe de mim dessa vez, porque o resto da gang estranha dele, tentava convencê-lo a ir a um tipo de barzinho. Mas o Pablo não queria, isso era evidente até pra qualquer criança de seis anos que passasse por ali. Mas a gang não desistiria tão fácil, eles o ameaçaram de todas as formas possíveis. Mas o Pablo repetia 'Vão vocês, eu vou pra casa. Sério. Não vou ficar chateado, prometo'.
Enquanto isso, do outro lado da mesa...
...Brenda, Mari e Anderson conversavam. Como o resto das coisas que aconteceram por lá, também não lembro sobre o que era. Será que eu tenho amnésia? Hmm. Mas era alguma coisa engraçada. Com certeza era engraçada, não parávamos de rir. - Ó, pobre de mim, não fazia idéia do que o futuro me reservava...- Mas de uma coisa eu sei bem, Anderson não parava de olhar pra mim e para a Mari. Seria o meu cabelo? Droga, ela estava molhado e começando a inchar. A roupa? Ah, sabia que não devia ter ido com aquela blusa. Mas.. ela não olhava diretamente para o meu cabelo, nem minha blusa. Então, o que poderia ser? Só depois eu soube o porque... calma, vocês também saberão. A noite já estava acabando (leia-se: estava chegando as 10, que é quando a noite acaba pra mim, rs) e minha mãe já tinha me ligado dizendo que logo iria me buscar. Fiquei aliviada, minha coluna doía e eu estava com dor de cabeça. Os amigos de Pablo ainda tentaram me convencer a ir para o barzinho. (Barzinho? Barzinho? Colé, eu só tenho 16 anos... não posso andar em barzinhos por aí, gente) Acho que vaguei nos meus pensamentos o resto da noite... uma vez ou outra sorria das coisas que o Anderson e a Mari falavam, ou ouvia o Pablo me acusar 'Ladra de amigos, ladra de amigos', coisas do tipo... E antes que eu pudesse perceber, já estava em casa. Ufa, sobrevivi! Não fui raptada pela gang do mal. /risos Fui diretamente pra minha cama. O problema é que eu tenho uma péssima mania de ver a lista telefônica do celular todo dia, antes de dormir. e... -PASMEM. o primeiro contato que antes era o nome de Amanda, agora era Anderson. Não, eu não dei uma de piriguete e pedi o telefone dele. Disso eu me lembro muito bem. Fui simpática com todos durante a noite. Talvez tenha sido isso. Ele pegou o meu celular e colocou o número sem nem me pedir? Sempre me ferro quando sou simpática com as pessoas. Que culpa eu tenho? Foi nessa hora, que eu tive certeza de uma coisa: Anderson estava dando em cima de mim. – PASMEM DE NOVO. Qual é? não fazia nem 6horas que eu conhecia ele e.. isso já estava acontecendo? Pablo dizia que Anderson era seu único amigo que pode ser considerado normal. Agora, prefiro os estranhos. Isso é tudo. Sobre o dia que a Maria não estava.